quinta-feira, agosto 23, 2012

Surfando diante do careca



Não. O Careca em questão não é o onze vezes campeão mundial de surf, o norte-americano Kelly Slater. Pela foto acima dá para ver que estou falando de outro careca famoso, o Morro do Careca. E que, portanto, a onda surfada abaixo pelo surfista prego brasiliense Carlos Leite é a esquerdinha da praia de Ponta Negra, em Natal (RN). 


Em minha segunda vez em Natal (também foi a segunda vez de Leite), confirmei que com a ondulação e o vento certos, as ondas de PN funcionam muito bem, podendo, simultaneamente, ser muito divertidas e power. O problema para quem é de fora é saber o momento exato de se lançar ao mar. Principalmente se o sujeito está de férias e, portanto, pouco disposto a acordar as cinco e meia da manhã. Por dois dias seguidos, Leite caiu antes das sete e pegou boas ondas. Eu, que preferi dormir até as sete, tomar um café e aguardar um pouco até que a comida assentasse, quando chegava à praia já pegava o mar mexido e as ondas revoltas. Mesmo assim, com as poucas que `abriam´ deu para sacar o potencial da coisa. 


Com a maré cheia, a ondulação que atingiu a capital potiguar nas últimas semanas destruiu o calçadão da praia de Ponta Negra, um dos principais destinos turísticos brasileiros e força motriz do setor no estado, já que quase a totalidade dos turistas que visitam Natal e redondezas fica hospedada aqui. O estrago impressionante evidencia a força da natureza e nos faz pensar sobre o lento mas constante avanço do mar sobre várias cidades brasileiras. Vi coisa parecida acontecer em São Vicente (SP) e, principalmente, dada a semelhança, em Florianópolis, onde, há cerca de três anos, o mar levou a calçada e derrubou casas na praia da Armação, no sul da ilha. Aqui, durante toda a semana, li nos jornais e vi na televisão representantes do setor turístico e cidadãos cobrando das autoridades públicas a urgente reconstrução do calçadão de forma a não prejudicar a economia e deixar uma má impressão nos visitantes. Não vi ninguém que questionasse se o gasto valerá a pena posto que, se alguns cientistas estiverem certos ao apontar a elevação do nível dos mares, cenas como esta se tornarão constantes caso o homem não recue. 

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